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Grupo Onça Pintada(GOP) no início da trilha com frutos de Sapucaia em mãos. |
No dia 27 de dezembro de 2009 o grupo formado por Francisco, Júlio, Filipe e Luíz Mossoró viajou do município de Parnamirim até Goianinha, com o objetivo de realizar trekking em um resquício de Mata Atlântica as margens de Canaviais, localizado no lado esquerdo da rodovia BR-101, no sentido Parnamirim para Goianinha,após cerca de 4 quilômetros da "ladeira do Ribeiro".
ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE GOIANINHA.
O município de Goianinha estar localizado na Região Agreste do estado do Rio Grande do Norte, distante 54 quilômetros de Natal a capital do estado. As principais economias desse município são: a cana-de-açucar, sendo um dos maiores produtores do estado; a carcinicultura e a pecuária. O povoado que deu início a formação do que é hoje o município de Goianinha era chamado no princípio de Goiana, palavra de origem tupi guarani que significa “abundância de caranguejos”. A partir do século XVIII, o nome do povoado mudou para Goianinha, diferenciando-se da Goiana Grande do estado de Pernambuco.
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Luíz,Guia e Integrante do GOP. |
BREVE DESCRIÇÃO DA CAMINHADA ECOLÓGICA.
Essa excursão foi sugerida e guiada por Luíz Mossoró, pois este já conhecia as trilhas, já que havia percorrido-as anteriormente de bike junto com seus colegas. Ao descermos do carro na BR-101 caminhamos cerca de 1,5 km entre grandes áreas cultivadas com cana-de-açucar até a entrada da Mata onde encontramos muitos frutos de Sapucaia no chão.
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Canavial próximo a BR-101 em Goianinha,RN. |
Iniciamos o trekking em uma trilha estreita com densa vegetação constituída principalmente por arbustos e árvores, algumas com cerca de 12 metros de altura, entre as espécies típicas da nossa flora que conhecemos e vimos nessa trilha, estava a Sapucaia(Lecythis pisonis),Pau-ferro(Caesalpinia ferrea),Pau-mulato(Myrcia multiflora), Cauaçú(Coccoloba sp),Cajueiro(Anacardium occidentale),Pata de Vaca(Bauhinia cheilantha),Mangabeira(Hancornia speciosa),Murici(Byrsonima sp.), etc.
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Sapucaia(Lecythis pisonis) com frutos do tipo pixídio, uma forma de cumbuca com tampa. |
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Flor e folhas de Murici.(Byrsonima sp.) |
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Inseto Orthoptera conhecido como Esperança devorando o pólen da flor. |
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Integrantes do GOP no final da trilha próximo ao canavial. |
Durante a trilha principal que terminou num canavial alto,presenciamos também alguns animais,como um mamífero, um pequeno grupo de sagui-de-tufos-brancos(Callithrix jacchus) muito arisco, muitas aves entre estas, algumas que conhecemos como gavião carijó (Rupornis magnirostris),carcará(Polyborus plancus),bem-te-vi(Pitangus sulphuratus) e muitos pássaros pequenos cantando no interior da floresta, três répteis, calango(Cnemidophorus ocellifer),lagarto(Enyalius catenatus),lagartixa(Tropidurus torquatus) dois anfíbios anuros, um destes não foi possível identificar, mas o outro era uma rã-touro(Lithobates catesbeianus),uma espécie invasora.
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Lagarto(Enyalius catenatus) camuflado sobre cumpizeiro. |
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GOP caminhando na trilha. |
Além dos animais vertebrados vimos também muitos invertebrados, principalmente representantes do Filo (táxon) Artropoda, muitas cigarras vocalizando, percevejos, formigas em grandes ninhos como a espécie Asteca sp.,vespas,ninho de abelha com favos sem mel, besouro,gafanhotos,esperanças,inclusive uma dessas estava alimentando-se de pólen,borboletas,embuá,concha de molusco,etc.
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Percevejo ou barata? |
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Formigueiro de Asteca sp. |
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Favos de mel abandonados. |
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Esperança alimentando-se de grãos pólen numa flor.
Inseto Orthoptera,conhecido popularmente como esperança. |
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Borboleta alimentando-se de néctar em flor. |
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Borboleta, Inseto Lepidoptera.
Borboleta Estaladeira Hamadryas feronia,esta espécie têm o hábito de pousar de cabeça para baixo. |
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Embuá ou piolho de cobra,um Diplopoda. |
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Concha de molusco abandonado. |
Quase no final da trilha principal paramos para observar umas plantas às margens de um riacho e de repente percebemos um som como se fosse de algum objeto cortando madeira, avançamos em silêncio até que presenciamos uma clareira no interior da floresta com muitos arbustos e árvores derrubadas, algumas estacas empilhadas, mais na frente vimos rapidamente um homem com um facão em mãos e uma mulher, eles ficaram assustados com nossa presença, e poucos metros a frente uma carroça com uma égua que provavelmente era o veículo utilizado para carregar as estacas,frutos daquele desmatamento. Não sabemos se eles tinham autorização para cortar aqueles arbustos e árvores, pensamos que não, pois eles não quiseram se aproximar de nós e posteriormente pararam de derrubar a vegetação nativa daquela mata.
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Riacho,em destaque uma palmeira(família Arecaceae) e outras plantas. |
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Carroça e égua em clareira de mata pronta pra carregar estacas. |
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GOP subindo na trilha. |
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GOP em área mais aberta da trilha. |
Na volta saímos da trilha principal e encontramos um riacho que foi represado formando um pântano com muitas plantas aquáticas como, por exemplo, Lírio de água (Nymphaea sp.) e aninga(Montrichardia linifera).
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Pântano cheio de plantas e rãs-touro. |
Nessa área alagada vimos muitos indivíduos da espécie rã-touro (Lithobates catesbeianus), um animal invasor que foi introduzido no Brasil a partir da década de 1940 com o objetivo de ser cultivada comercialmente a fim de explorar sua carne e subprodutos como o couro.
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Rã-touro (Lithobates catesbeianus),espécie não brasileira. |
Entretanto a partir de 1990 a ranicultura começou a fracassar proporcionando o abandono de instalações onde elas eram criadas por muitos produtores permitindo a fuga desses animais que se adaptaram muito bem a muitos de nossos ecossistemas naturais. O Grande problema é que devido ao seu hábito alimentar generalista, comportamento predatório voraz e porte corporal avantajado, ela pode interferir na estabilidade de comunidades onde historicamente não era encontrada. Essas interferências geram impactos ecológicos, tais como a extinção e declínio de espécies nativas, que são decorrentes da competição exclusiva, da predação, da transmissão de patogenicidades e até mesmo da hibridização com outras espécies.
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GOP próximo a um pivô central,responsável por irrigar a plantação de cana-de-açucar. |
Após sairmos da Mata seguimos em direção a rodovia e durante o percurso vimos uma grande máquina,um pivô central que é responsável por irrigar a plantação de cana-de-açucar. Depois de cerca de 13 quilômetros de trekking chegamos a estrada onde partimos de ônibus de volta para Parnamrim, terra desses grandes andarilhos.